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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ouricuri-PE: Os vaqueiros



Fonte:Lvro: "Ouricuri: História e Genealogia, Raul  Aquino, 1982".
Vaqueiro na luta!
Parece haver duas personalidades no vaqueiro de Ouricuri. O homem dócil que alisa carinhosamente o cavalo ou a vaca e o rústico na brutal carreira quando da pega do boi bravio. Ocupa o tempo com os afazeres do campo.

As fazendas constam de uma faixa de terra cercada, onde  são plantadas capim, palma e construído açude. Há áreas reservadas ao plantio d e algodão, mamona e cereais, milho e feijão que após a colheita, servem de forragem. Assim, a propriedade fica dividida em cercados, os maiores recebem o nome de manga. Num desses cercados, é localizada a casa do vaqueiro, com os currais ao lado. Por fora da propriedade ainda há campo livre onde se faz solta do gado.

Na época invernosa as vacas paridas são trazidas para o curral onde pernoitam e pela manhã, após a ordenha, voltam ao campo livre, deixando preso o bezerro que é conduzido ao outro local onde possa pastar. À tarde, com a volta das vacas, o bezerro mama e em seguida separado da mãe, para a tirada do leite do dia seguinte.

Ao campear, o vaqueiro usa a vestimenta de couro, chapéu, petilho e gibão. Este compõe de túnica e calça, tendo na parte inferior desta, um protetor dos pés e um par de esporas. As mãos são protegidas por luvas, também de couro. Usa chinelos, evitando a possibilidade de ficar preso ao estribo. Quando caminha, ouve-se o tinir de rosetas das esporas. A sela possui um forro que se abre da frente para trás e para cima. Presos a ela estão  um pequeno machado , relhos, chocalhos, caretas ( máscaras), e alforjes com mantimentos. O cabeçote da sela prende uma corda de couro cuja laçada vai ter ao cabresto. O cavalo e o cachorro são adestrados às atividades do campo.

O vaqueiro bate a caatinga para várias finalidades, rever o gado, observar as vacas amojadas, pegar a vaca parida ou boi para a venda.

Outro ofício do vaqueiro é o de amansar cavalos. Equilibra-se  bem na sela antes os saltos do animal, até ser dominado e conduzido a qualquer parte.
A coragem desses homens,  chega ao ponto de pegar boi na mata, à noite, inclusive, sem lua. 

Evidentemente, nem todos são capazes dessa façanha. A nossa região registra alguns deles que não respeitavam hora para a derrubada do boi, como Maçal Araújo, Antônio de Sá, Joaquim Caboclo e Emídio Januário.

Existem muitos outros vaqueiros espalhados pelo município. Seria enfadonho enumerá-los, todos apresentam a mesma característica, agilidade na montaria e coragem na carreira da caatinga.  

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